domingo, 8 de febrero de 2015

Cartografar as subjetividades da sua escola: um tema de casa diário para o professor de geografia.

João Guilheme Zenatti Paz¹

Em inúmeros debates e discussões sobre o atual papel do professor de Geografia na educação formal, realizados durante a disciplina  “Ensino de Geografia - Complexidade, Cultura e Comunicação - Interfaces Pedagógicas”, do Programa de Pós-Graduação em Geografia da UFRGS, foi possível verificar diferentes demandas e exigências dessa profissão tão importante: desde a necessidade de um olhar minucioso às individualidades de seu(s) aluno(s) até a compreensão, ou a sua tentativa, das ambiências (re)construídas dentro e fora dos muros da escola, cabendo ao professor dessa ciência estar atento a essas exigências, e tantas outras, criadas pelas geografias de seus alunos, para, somente assim, efetuar o seu trabalho de uma maneira mais significativa ao contexto social em qual a sua escola está inserida.
Seguindo esse pensar em geografia, acreditamos que uma das tarefas mais preciosas do professor é solicitar aos seus alunos para cartografar a escola onde estudam, pois já se sabe que a leitura e interpretação de uma produção cartográfica facilita a (re)construção do conhecimento e o entendimento das geografias que formam a escola e seu contexto: tanto as geografias do prefessor, bem como, as dos alunos. No entanto, quando falamos “cartografar a escola”, devemos partir de um entendimento, primeiramente, de cartografia e do que é o espaço geográfico: desde sua gênese, funcionamento até à evolução dele (SANTOS, 2000, p. 177).
Sendo assim, partindo da máxima de Milton Santos, tão propagada nos ambientes acadêmicos, sobre “o que é espaço geográfico?”, podemos verificar que o espaço “é formado por um conjunto indissociável, solidário e, também, contraditório, de sistemas  de objetos e sistemas de ações, não considerados isoladamente, mas como o quadro único no qual a história se dá” (SANTOS, 1996, p. 51), ou seja, acreditamos que para cartografar o espaço geográfico, como vimos nessa citação, também é preciso levar em conta as represent(ações) desses sistemas de ações/fluxos (re)construídos pelos sujeitos/alunos e não somente, como verificamos na grande maioria das produções cartográficas e suas legendas, a ênfase que é dada para as análises dos sistemas de objetos/fixos e suas interpretações. Como já dito, as ações e objetos são indissociáveis e (re)formadas ao longo do tempo, logo por vez, as represent(ações) cartográficas das ações dos alunos nas ambiências da escola e suas análises também deverão ser mapeadas e estudadas pelo educador.
Mas agora, nos pergutamos: como podemos cartografar as ações/fluxos/subjetividades do(s) nosso(s) aluno(s) no ambiente escolar? Um mapa é capaz de projetar as relações temporais dos alunos durante os diferentes momentos que esse está na escola? Quais são as ações que atraem ou repulsam o nosso aluno ao ambiente escolar e como cartografá-las?
Cremos que para responder ou tentar responder a essas inquietações, precisamos ainda um pouco mais de entendimento sobre o que é espaço geográfico “escola”. Ainda interpretando a citação de Milton Santos, descrita anteriormente, podemos aproximar o espaço “escola” com o que ele compreende como sendo o espaço geográfico, onde os sistemas de objetos são as materializações da subjetividade e da intencionalidade do sujeito (os fixos) e os sistemas de ações são os processos (os fluxos) que articulam, através do interesse do sujeito e com algum propósito, a produção do espaço e seus objetos, onde um agente, mudando alguma coisa, muda a si mesmo e esses dois processos são concomitantes (SANTOS, 1997).
Nesse sentido, a escola é um espaço tecido ao longo do tempo pelas (inter)(intra)relações (ações e objetos) dos sujeitos que ali se estabelecem e/ou se estabeleceram e/ou se estabelecerão. Se pensarmos, essa construção do espaço se dá a partir de uma alfabetização contínua, em diferentes momentos, referente aos signos que compõem esse espaço. Portanto, a escola é formada pelos sujeitos e suas intencionalidades, sendo esse pertencente a uma determinada cultura, pois não existe sujeito sem cultura (Brandão e Duarte, 1990).
Ressaltamos que a escola aqui não está sendo lida como tão somente uma hibridez linear entre ações e objetos, mas sim, como uma complexidade inter/entre esses fluxos e fixos. Complexidade essa que se dá a partir do entendimento que não é mais viável estudarmos algo sem romper com as (re)leituras redutoras e unidimensionais sobre esse, pelo contrário, devemos buscar um saber não fragmentado, que reconhece o conhecimento como algo inacabado e provisório, tendo sempre a possibilidade de ser reformulado, questionado, ou seja, precisamos construir um pensar e fazer a partir de uma complexidade, pois acreditamos que somente esse pensar preencherá os espaços/demandas não atingidas por outras formas de fazer pesquisa (MORIN, 2005).
Também ressaltamos que quando pretendemos falar sobre intencionalidades do sujeito/aluno estamos nos referindo ao

movimento consciente voluntário do agente na direção das coisas, envolvendo uma projeção do agente, já que as crenças, os desejos, as intenções implicam um objeto e também a acepção que, aqui, estamos querendo sugerir. (SANTOS, 1997, p. 75)

Sendo assim, dentro dessa ideia de espaço social, é possível verificar que a sua formação (no nosso caso, estamos aplicando esse pensar sobre espaço à escola), está ligada à cultura do homem que o produz e suas intencionalidades, sendo a análise da cultura (dos agentes formadores) uma importante contribuição para a busca de uma melhor compreensão do espaço a ser aqui estudado, ou seja, para responder as inquietações aqui propostas também precisamos ter um possível entendimento sobre “cultura”.
Para Rosendahl e Corrêa (1999), cultura é um conjunto de técnicas, atitudes, ideias e valores, apresentando assim, componentes materiais, sociais, intelectuais e simbólicos pelos membros de uma sociedade, sendo ela, vivida isoladamente (ROSENDAHL e CORRÊA 1999). Ainda esses autores afirmam que,

a cultura é transmitida e inventada, não sendo constituída pela justaposição de traços independentes, mas, ao contrário, seus componentes formam sistemas de relações mais ou menos coerentes, não sendo assimilado igualmente pelos membros de uma sociedade. (ROSENDAHL e CORRÊA, 1999, p. 54)

Assim, cultura é o conjunto de símbolos elaborados por um povo em determinado tempo e lugar, surgindo das relações que os homens travam entre si e com o meio que vivem em busca da própria sobrevivência (Brandão e Duarte, 1990). Onde todos os homens são aptos para receber um programa e isso é o que chamamos de cultura (GEERTZ, 1987).
Portanto, já tendo uma possível clareza sobre o que é “espaço geográfico escola” e esse está inserido numa determinada cultura, sendo a análise dessa cultura um fator determinante na compreensão do espaço aqui pesquisado, é necessário avançar em nossa pesquisa, partindo para a compreensão de como o nosso aluno lê os símbolos/signos que constituem a sua escola para, posteriormente, os mapeá-los e analisarmos os elementos subjetivos que atraem ou expulsam o(s) aluno(s) em relação ao ambiente escolar, ou melhor, qual(is) imagem(ns) o(s) aluno(s) tem de sua escola e como mapeá-las e analisá-las? Como o(s) aluno(s) vê(em) as ações que o(s) atraem ou o(s) afastam de sua escola e como mapeá-las e analisá-las?
Descrevendo Barthes, citado por Antonio Carlos Castrogiovanni² em seu texto titulado “Imagem”, a  imagem “em sua conotação, seria assim constituída por uma arquitetura de signos provindos de uma profundida e variada de léxicos (de idioletos), cada léxico, por mais profundo que seja, sendo codificado” (BARTHES, 1990). Cada sujeito/aluno tem a sua imagem e suas interpretações de sua escola e essa sendo relida individual e coletivamente, cabendo ao professor de geografia auxiliar nessa (re)leitura e (re)interpretação dessas imagens, para, juntos, averiguarem quais são os fatores positi-
vos e negativos que estão influenciando o aluno a (re)construir uma determinada imagem de sua escola e o porquê disso estar acontecendo, sendo o mapeamento desses fatores uma eficaz ferramenta ilustrativa dessas subjetividades e intencionalidades do aluno e lê-las ajudará a entender um pouco mais cada aluno e, por consequência, (re)criarmos um ambiente escolar mais saudável.
Acreditamos ser um ambiente saúdavel na escola, todo o lugar em que o sujeito/aluno possui ou está em processo de construção de uma identidade: onde ele se faz existir individual e coletivamente. Conforme Outhwaire e Bottomore (1996), a palavra identidade significa qualidade de idêntico, idem e reconhecimento de que o individuo é o próprio, implicando na igualdade e continuidade, ou seja, é através da identidade que o sujeito/aluno se reconhece e reconhece o outro nos diferentes territórios em que ele transita. Caso contrário, se o aluno não construir uma identidade com a sua escola, dificilmente ele se sentirá bem nesse território, tornando-a um não-lugar, um lugar de repúdio.
Para buscarmos uma melhor compreensão sobre território, vamos ao encontro de Haesbaert (2003), onde esse autor afirma que o território caracteriza-se numa importante base da existência do sujeito que o construiu e o controla, não sendo simplesmente algo material ou concreto, mas também simbólico e carregado de subjetividades, que ultrapassa os limites físicos do território.
Portanto, as relações e suas tensões ocorridas nos diferentes territórios e suas territorialidades que (re)formam a escola, bem como, as demais categorias de análise da ciência geográfica aqui descritas, entre outras, também são de extrema importância na busca pelas soluções das inquietações aqui propostas, onde suas possíveis represent(ações), através do mapeamento cartográfico, poderão trazer uma maior lucidez ao entendimento do espaço “escola” e um diagnóstico de como seus alunos a percebem, para, assim, surgirem novos olhares sobre os mesmos e possíveis intervenções do professor, apoiado pela equipe pedagógica, que visam minimizar, dialogar ou até mesmo erradicar as intencionalidades que estão prejudicando o bem-estar de um aluno ou de um grupo (ou de ambos) para com a escola.
Enfim, através desse pequeno texto, baseado nos estudos elaborados na disciplina citada lá no primeiro parágrafo, desejamos despertar o interesse pelo professor de geografia em pesquisar as subjetividades do espaço “escola” e suas entrelinhas, através do mapeamento cartográfico e suas infinitas interpretações, rompendo com as aparências do imaginário comum já atribuídas a esse espaço ao longo do tempo. No entanto, caberá a cada professor, em suas diferentes práticas pedagógicas, descobrir como colocar essa proposta, e suas inquietações, em prática e como torná-las eficazes, pois respeitamos o trabalho rotineiro de cada educador.

palavras-chave: Espaço Geográfico, Escola, Cartografia, Subjetividade, Cultura, Território.

RESUMEN EN CASTELLANO

Resumen - Cartografiar las subjetividades de cada escuela: un asunto cotidiano para el profesor de geografía.


João Guilheme Zenatti Paz


Entre las diferentes preocupaciones sobre el actual papel del profesor de Geografía en la educación formal, en trabajos realizados durante la materia  “Ensino de Geografia - Complexidade, Cultura e Comunicação - Interfaces Pedagógicas”, del Programa de Post-Graduación en Geografía de la UFRGS, hemos podido verificar diferentes demandas y exigencias de esta profesión tan importante: desde la necesidad de un análisis minucioso de las individualidades de su(s) alumno(s) hasta a la comprensión, o su tentativa, de los ambientes (re)construidos dentro y fuera de los muros de la escuela.

De este modo hemos podido corroborar que una de las tareas mas relevantes del profesor lo constituía el solicitar a sus alumnos que cartografiaran la escuela donde estudiaban, con las diferentes (re)lecturas de este espacio, pues ya se sabe que esta producción cartográfica facilita la (re)construcción del conocimiento y el entendimiento de las geografías que forman la escuela y su contexto.

Creemos que para responder, o intentar responder a estas inquietudes, precisamos todavía un poco más de entendimiento sobre qué es el espacio geográfico, la escuela, la alfabetización cartográfica, la cultura, la enseñanza  de geografía, el lugar, los ambientes e identidades.

En este sentido, a través de este pequeño texto, deseamos despertar el interés del profesorado de geografía para investigar las subjetividades del espacio “escuela” y sus entrelíneas, a través de la representación cartográfica y sus infinitas interpretaciones.

En consecuencia planteamos la pregunta: ¿cómo podemos cartografiar las acciones/flujos/subjetividades de nuestros alumno en el ambiente escolar?
¹ Professor de Geografia e Mestrando em Ensino de Geografia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).
² Antonio Carlos Castrogiovanni: professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS).

Referência Bibliográfica

·                     BARTHES, Roland. O óbvio e o obstuso. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1990.
·                    BRANDÃO, Antonio C. e DUARTE, Milton Fernandes. Movimentos culturais da juventude. Col. Polêmica, São Paulo: ed. Moderna, 1990.
·                     GEERTZ, C.. La interpretación de las culturas. México: Gedisa, 1987.
·                    HAESBAERT, Rogério. Da desterritorialização a multiterritorialidade. Boletim Gaúcho de Geografia – vol. 29, nº 1. AGB – Seção Porto Alegre, 2003.
·                    MORIN, Edgar. Introdução ao Pensamento Complexo. Tradução do francês: Eliane Lisboa - Porto Alegre: Ed. Sulina, 2005. 120 p.
·                    OUTHWAIRE, William e BOTTOMORE, Tom. Dicionário do pensamento social do século XX. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 1996.
·                    ROSENDAHL, Zeny. Hierópolis: o sagrado e o urbano. Rio de Janeiro: EdUERJ, 1999.
·                    SANTOS, Milton. A natureza do espaço – técnica e tempo: razão e emoção. São Paulo: Hucitec, 1997.

·                    __________. Por uma outra globalização - do pensamento único à consciência universal. São Pauto: Record, 2000.

15 comentarios:

  1. Quando pensamos em "pesquisar as subjetividades do espaço “escola” e suas entrelinhas" precisamos ter, de certa modo, um entendimento claro do que é a complexidade e do que ela trata. A temática cartografar as subjetividades do espaço escolar, requer o esclarecimento deste sistema complexamente organizado: onde este mundo complexo sofre constantes transformações. Assim, este sistema, enfrenta uma fase de desordem que é provocada pelas novas interações, que podem ser designadas como as constantes transformações. Isto resulta em uma “nova ordem organizacional complexa”, esta formada, a partir do dado momento em que se encontra uma ordem “preestabelecida” aparente, onde em outro dado momento é rompida por alguma interação que promove reações diversas, que somatizadas refletem e determinam um próximo momento deste ciclo, designado por Edgar Morin de sistema complexamente organizado. Morin complementa “a complexidade não é um conceito, mas uma forma de enxergarmos a realidade” (Morin, 2005). Deste modo, o conhecimento precisa sim, ser reconhecido como "algo inacabado e provisório, tendo sempre a possibilidade de ser reformulado, questionado...”. A (re)significação do conhecimento, ou mesmo das subjetividades do espaço escolar, pode se materializar através do intercâmbio de práticas e vivências alimentadas pelo diálogo de saberes, ou seja, pela bagagem de conhecimento que cada um dos membros, que compõem determinado espaço escolar detém. Onde para que isto se consolide, necessitamos de transformações dos paradigmas científicos tradicionais, como a fragmentação do conhecimento, oportunizando, assim a produção de novos conhecimentos, indispensáveis a compreensão das questões de análise das subjetividades escolares atuais, como: diálogo, hibridação, integração de saberes, colaboração de diferentes especialidades, proposta de organização interdisciplinar do conhecimento. A materialização da interdisciplinaridade nos capacita para elaboração de reflexões e de discursos que rompem com as idéias conservadoras e pragmáticas, e abrem novas possibilidades de entendimento deste mundo complexamente organizado. Práticas interdisciplinares só são possíveis mediante o diálogo e o reconhecimento do trabalho do outro, o que se denomina de transdisciplinaridade como capacidade de trânsito ou mobilidade, de estar na fronteira para poder dialogar com o diferente. (SUERTEGARAY, 2011). Pâmela Kornalewski - Professora de Geografia e Mestranda em Ensino de Geografia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

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  2. Continuação (Parte 2)
    O resultado a partir de fundamentos como estes leva autor a propor entender como os alunos leem os símbolos/signos na e da escola para realizar o mapeamento dessas concepções e realizar a partir dai análises, portanto, entender como os alunos constroem uma determinada imagem da escola e o porquê dessa construção constituir o objeto a ser mapeado. Caso partíssemos de um referencial que nos parece mais complexo buscaríamos compreender o contexto em que a escola está inserida, de quais condições sociais são os alunos, como a instituição possibilita a estes educandos ter uma nova perspectiva de futuro, como e em qual grau a instituição escola os trata como sujeitos e faz deles de fato atores construtores deste espaço para daí pensarmos e cruzarmos o como cada individualidade se põe neste ambiente.
    Sem investigar estas questões mais amplas o objetivo do autor que consiste em contribuir com a construção de um ambiente escolar saudável não será efetivo, pois trará toda a responsabilidade de mudança às características culturais dos indivíduos o que na concepção dele passaria pela formação de uma identidade do aluno com a escola. Justifica-se assim que o autor procure entender como as relações e tensões ocorridas nos diferentes territórios e territorialidades se dão no ambiente escolar, pois assim a ciência geográfica poderia contribuir com a compreensão desse processo através do mapeamento cartográfico para clarear os processos de construção simbólica que possam ampliar esta identificação do aluno com a escola e quais as construções que estejam sendo realizadas que impedem ou dificultam esta identificação. Apesar de toda a coerência lógica que possa ter os argumentos do autor, contrario a esta perspectiva uma coerência histórica, que revele as complexidades e contextos em que as questões culturais dos indivíduos se desenvolveram.

    CRISTINE DE FATIMA LIMA SOUZA
    ALUNA DA PEDAGOGIA DA FACULDADE DE FILOSOFIA, CIÊNCIAS E LETRAS DE RIBEIRÃO PRETO-UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO – BRASIL.

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  3. (Parte 1)Cristine
    A priori, quero ressaltar o quanto fico feliz em ler textos que promovem e consideram as concepções dos alunos acerca da temática: escola. Promover esse tipo de diálogo com os alunos e ainda poder articulá-lo com os conteúdos específicos, assim como sugere o professor Paz, enriquece ainda mais a proposta, pois, estende e considera a prática pedagógica como um mecanismo que junto á subjetividade e prática social do aluno promova e contribua para a constituição desse sujeito e também um bom desenvolvimento no que tange as relações estabelecidas no ambiente escolar. Diante disso deixo aqui minha análise reflexiva e um tanto provocadora no sentido de como será pensada e desencadeada essa proposta em âmbito escolar e se é possível considerar outros fatores sociais que de alguma maneira influencie essas relações.
    O texto inicia apontando a importância da ciência geográfica fundamentalmente para compreender as individualidades dos alunos na construção dos ambientes na escola e nos ambientes onde a escola está inserida. Como método para identificar, registrar estas individualidades e ambientes o autor propõe, que no rol desta disciplina, o professor oriente os alunos a cartografar a escola onde estudam. Percebe-se desde o início que a perspectiva defendida pelo autor parte da noção de individualidade e das características que esta assume para os sujeitos que estão na condição de aluno.
    Para dar conta desta dimensão do real que é o indivíduo e o rol de ações que executa e decide, o autor tem como pressuposto teórico a análise de Milton Santos sobre o espaço, o qual considera que se trata de um “sistema de objetos e sistemas de ações”. Com esta perspectiva a ideia de cartografar os espaços escolares buscaria compreender as “ações/fluxos (re) construídos pelos sujeitos/alunos” ao contrário do que ocorrem com os processos de cartografar os espaços com ênfase ou com exclusividade para os “sistemas de objetos/fixos e suas interpretações”. Nesse sentido podemos apontar aqui uma questão a ser refletida com base nessas premissas que seria pensar na possibilidade de compreender, não somente as ações dos indivíduos que estão na escola, mas as ações institucionais que procuram delimitar as possibilidades dos indivíduos que estão inseridos nelas. Nas escolas públicas os governos das esferas federais, estaduais e municipais através de vários mecanismos legais estruturam muito destas possibilidades ou a falta destas possibilidades no interior do espaço escolar. Vê-se que deste modo que se poderia partir de uma análise mais global para poder inserir o particular – a escola e os indivíduos nela inseridos.
    No entanto como o autor problematiza a questão central da proposta, que é justamente como cartografar as ações/fluxos/subjetividades dos alunos no ambiente escolar, ele irá se aprofundar exclusivamente nas questões particulares exclusivamente sem contextualizá-las. Daí entender ser necessário ampliar a discussão sobre a noção de espaço escolar que para ele seria formada pelos sujeitos e suas intencionalidades, os quais pertencem a uma determinada cultura. E chama a atenção para a complexidade da questão, sugerindo que deveria romper com as leituras reducionistas e unidimensionais, ou seja, que no espaço escolar devemos estar atento as ações dos sujeitos (fluxos) e as materializações dos sujeitos (fixos). Como as ações dos sujeitos expressam a formação cultural dos seus portadores e suas intencionalidades, um passo essencial consiste em entender o que vem a ser cultura. E para o autor cultura seria o “conjunto de símbolos elaborados por um povo em determinado tempo e lugar, surgindo das relações que os homens travam entre si e com o meio que vivem/.../”. Chamo a atenção novamente que ao defender uma postura não reducionista e unidimensional ele acaba reduzindo a análise dessa complexidade que é o espaço escolar ao tratá-lo como se as ações dos indivíduos no interior dele fossem determinantes e quase completamente isoladas de qualquer contexto social.

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  4. Ao discutir as demandas dos professores do ensino de Geografia, Paz demonstrou que o professor precisa estar atento a seus alunos e suas necessidades pedagógicas, bem como a sua bagagem histórica, social e cultural. Como nos demostra Paz, a geografia de cada escola e também de cada aluno, contribuem para a individualidade dos educandos e o professor precisa conhecê-la e explorá-la para que o aprendizado do aluno seja transformador. É preciso pensar na escola como um ambiente integrado à sua comunidade, pois esta relação com o seu território é importante para compreender a realidade deste ambiente.

    O discurso do professor em sala de aula, chega a todos os alunos de uma determinada forma, ou seja, o professor escolhe suas palavras , mas pode ser interpretado de diversas maneiras, dependendo da realidade e do entendimento de cada um. Assim, conhecer o aluno é essencial para que o professor se mantenha próximo e o sentido do que está sendo dito não seja perdido.

    Paz sugere a a atividade de solicitar que os alunos cartografem o seu espaço escolar, o que a meu ver é muito importante, pois a partir disto, como demonstra o autor, pode-se ter acesso à geografia espacial real e perceber como o aluno entende e se relaciona com esta realidade. Este trabalho deve nortear o estudo do educador acerca de seus alunos.

    A escola, como vimos, é um ambiente complexo, e para compreendê-la é preciso levar em conta a sua ambientalização e o seu território, conceito este, que como ressaltou Paz, citando Haesbaert (2003), não se resume apenas ao espaço concreto, mas se trata também das relações de determinado sujeito com o seu ambiente.

    A partir disto, é importante refletir sobre a importância de refletir sobre as práticas pedagógicas atuais, que, em grande maioria, se resumem aos livros didáticos oferecidos pelo governo, o que pode ser um grande equívoco, pois as variações culturais, históricas, sociais e econômicas, por exemplo, que são diversas mesmo dentro de um mesmo Estado, não são levadas em consideração por este tipo de material. É papel do professor usá-los como base e adaptá-los à realidade de seus alunos.

    Letícia de Almeida Martins
    Graduanda (5º semestre) CURSO DE PEDAGOGIA - UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - FACULDADE DE FILOSOFIA, CIÊNCIAS E LETRAS DE RIBEIRÃO PRETO - DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO, INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO.
    RIBEIRÃO PRETO - SÃO PAULO - BRASIL

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  7. As reflexões trazidas por Paz são de extrema importância para o cenário da educação. O ensino de geografia e os professores da área possuem um papel indispensável para o cidadão e a sua formação, isto é, a construção da sua identidade. Dessa forma, é necessário atribuir reflexões acerca das práticas pedagógicas empregadas nas escolas e a relação das mesmas com os alunos.

    Solicitar a cartografia ao aluno é uma interessante proposta para iniciar as práticas escolares e até mesmo guia-las. Como é citado pelo autor, cada aluno possui suas individualidades e está ligado a uma determinada cultura e contexto social, sendo assim, não há como desenvolver um trabalho educacional sem compreender todo o ambiente que envolve esse aluno. Enxerga-se, nesse ponto, um importante papel do emprego das habilidades dos professores de geografia.

    Além disso, se a escola é vista como um espaço de relações, no qual acontece a alfabetização continua, há a necessidade da criação de um espaço, um ambiente que acolha o aluno de acordo com o seu contexto, e além disso, sua história e suas memórias. Sendo a escola uma importante instituição na formação do indivíduo, não apenas para ler e escrever, mas como cidadão crítico e consciente, esse ambiente escolar deve ser adaptado para as vivências de acordo com o perfil cultural do local. Entra aqui, uma questão: será que as escolas possuem autonomia para tais adaptações? Até que ponto os ambientes e materiais, como os livros, devem ser padronizados? Os discursos devem ser diferentes? O que é comum a todos e o que não é?

    É um longo trabalho, e como cita o título, uma tarefa diária dos professores de geografia. Trabalhar com a realidade dos alunos, possuir conhecimento da visão de mundo desses estudantes quanto ao espaço que pertencem e as suas memórias, além do cuidado com os discursos realizados em sala de aula, é um investimento a longo prazo para a educação, o que pode gerar bons frutos, em outras palavras, tornar o espaço educacional como algo atrativo para todos e relacionado ao ambiente externo e as vivências dos educandos.


    Amanda Franzão
    Graduanda do curso de Ciências da Informação e da Documentação e Biblioteconomia, Universidade de São Paulo, Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto.
    Ribeirão Preto, São Paulo, BRASIL

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  8. As reflexões trazidas por paz, são importantes pois demonstra que o professor precisa estar atento a seus alunos e suas necessidades culturais, como sua bagagem histórica de cada um. Com isso o professor tem um melhor conhecimento sobre cada aluno, fazendo com que o conhecimento obtido pelos alunos seja transformador e que eles consigam entender e lidar melhor no meio em que estão inseridos.
    E com isso a escola acaba sendo um ambiente integrado a comunidade dos alunos, e para compreende-la é preciso levar em conta o seu território, levando em conta que não é só um espaço concreto, mas sim, um lugar onde se tem a relação do sujeito com o ambiente.
    Com tudo isso, é importante refletir que as práticas pedagógicas atuais se resumem a livros didáticos, que na maioria das vezes não é voltada para a variação de cultura, sociais e econômicas. Não tem um olhar voltado para o meio em que o sujeito está inserido.
    E é ai que entra o professor, pois ele deve adaptar este material voltado para a realidade de cada um e da sua escola.


    Tábata Dorta Farias
    GRADUADA (5 semestre) DO CURSO DE PEDAGOGIA - UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - FACULDADE DE FILOSOFIA, CIÊNCIAS E LETRAS DE RIBEIRÃO PRETO - BRASIL.

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  9. Como cientista social e educadora em formação, acredito que as reflexões trazidas por Paz, nos ajuda a compreender os/as estudantes enquanto sujeitos que possuem uma vivencia, uma bagagem, e uma visão de mundo e do próprio espaço geográfico em que estão inseridos. Muitos educadores, principalmente os da vertente tradicional de ensino, chegam nas salas de aula e acreditam que sua missão ali é de tirar os/as “alunos/as” (do latim, sem luz) da escuridão e trazer luz a eles/as, a essa luz, chamam de conhecimento. No caso do Brasil, principalmente do estado de São Paulo, a lógica educacional não permite que os/as professores/as, principalmente os da categoria O, e os que não são efetivos, criem laços com os/as estudantes, como o/a professor/a esta cobrindo as faltas de outro/a professor/a, a cada dia ele/a vai entrar em uma sala diferente e conhecer estudantes diferentes, entretanto, será muito difícil construir laços com estes/as estudantes. Caso o/a professor/a seja efetivo/a, a dificuldade de tentar chegar à subjetividade do/a estudante se dá ao fato das salas serem em sua maioria, superlotadas. Temos mais de 40 estudantes por sala, e conhecer cada um/a em sua individualidade é uma tarefa que levaria tempo, mas que após ser feita, o trabalho do/a professor/a pode se tornar bem mais efetivo.
    O fato de não termos muitas oportunidades de criamos laços com os/as estudantes faz com que seja mais difícil compreender a realidade em que eles/as vivem, nos restam então a possibilidade de desenvolvermos atividades para sondar. Pedir aos estudantes que cartografem o espaço geográfico de suas escolas pode ser bem proveitoso, porque a partir dai vamos tirar os elementos que os/as próprios/as estudantes reconhecem como sendo participante da escola. Através de um bate papo com os/as mesmos/as podemos reconhecer quais elementos dali os atraem e os fazem querer voltar, e os elementos que o repelem. Saber um pouco de suas histórias de vida, e o bairro em que eles/as residem também pode ser muito proveitoso para a atividade docente.
    Conhecer os jovens com quem estamos lidando, seus valores, seus desejos, seus anseios, suas angustias, seus sonhos, seus medos e sua visão de mundo, facilitam a nossa atividade didática, pois sabemos que cada estudante, de acordo com a sua realidade, vai dar um sentido diferente ao que nós ensinamos. É importante conhecer a realidade desses sujeitos-estudantes para a partir dela, tentar desenvolver nossas aulas e atividades. Reconhecer o processo de ensino aprendizado como um processo dialético, em que estudantes e educadores aprendem juntos, é de suma importância para uma educação menos hierarquizada e humanizadora.
    Thais Rodrigues Vieira
    Graduanda em Ciências Sociais, UNESP – Universidade Estadual Paulista “Julio Mesquita Filho”, Faculdade de Filosofia e Ciências de Marilia.
    Marilia, São Paulo, BRASIL.

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    1. Cartografar a escola é um desafio ainda maior para quem é cientista social, pois o olhar para o real, o olhar para as diferentes composições do espaço escolar é complexo e instiga a reflexão permanente. Penso que promover a educação menos hierárquica e mais humanizante, é, de fato, um caminho para o ensino na educação básica.

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  10. As questões e reflexões trazidas por Paz nos fazem refletir sobre o tamanho e a real importância do ensino de Geografia para a formação do aluno, por conseguinte de um cidadão. Dito isso, esse artigo traz consigo questionamento sobre as táticas pedagógicas aplicadas em sala de aula.
    Esse texto me chamou a atenção pelo fato da fora que o ponto de vista do autor foi abordado, dando enfase ao ensino da geografia, considero que a disciplina não seja uma matéria qualquer, mas sim uma ciência que envolve os conhecimentos do espaço em que vivemos A geografia e a vida do ser humano está interligada, pois tudo que até os dias de hoje conhecemos sobre a terra envolve nossa vida social que nos dá o contato com o mundo, a geografia se faz presente em todos os lugares, não só na escola mas em todo o lugar em que o ser humano se faz presente.
    Sobre a apresentação da cartografia ao aluno, acho um método bastante interessante para iniciar as práticas em sala de aula, podendo atrelar à atividade diversas outras situações que envolvam o meio social do aluno e a Geografia. Saber sobre o meio em que este vive, mostra-lo e estuda-lo é uma forma, que no meu ponto de vista, pode ser considerado bastante eficaz, desenvolvendo o interesse deste pela disciplina e o incentivando a querer aprender sempre mais.
    Diante disto, é de extrema importância refletir sobre os métodos de ensino utilizados em sala da de aula nos dias de hoje, o material limita o professor, que precisa desenvolver outras formas de aprendizado para instigar o aluno a questionar e entender o meio onde vive.

    Nathália Fernanda Torres Coutinho
    Graduanda em Ciências Sociais, UNESP – Universidade Estadual Paulista “Julio Mesquita Filho”, Faculdade de Filosofia e Ciências de Marilia.
    Marilia, São Paulo, BRASIL.

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  11. Paz inicia o artigo reconhecendo que é preciso obter um olhar para as individualidades dos alunos e também para o ambiente (tanto dentro, quanto fora da escola), para assim realizar um ensino significativo aos alunos presentes em determinado contexto escolar. A cartografia escolar (leia-se a atividade, segundo o artigo, como produção cartográfica), recebe reconhecimento por transmitir conhecimentos e entendimentos da geografia dentro do contexto escolar. É interessante, então, compreender como a cartografia mapeia as relações dos alunos, um ponto de vista inusitado, visto que até então havia uma outra leitura sobre cartografar (neste sentido de atividade de ensino/prática pedagógica).
    A ideia de unir o meio social do aluno com a Geografia (por meio da cartografia) traz a sensação de alcançar o interesse do aluno para o ensino, visto que este estará diretamente ligado com sua vida particular, e não distanciado de seus interesses. Além disso, o aluno irá se aprofundar no ambiente que possui contato, tornando o aprendizado ainda mais significativo, partindo do universo em que o mesmo está inserido.
    É gratificante saber que as práticas de ensino estão sendo cada vez mais desenvolvidas e repensadas para uma nova realidade. Esta, que possui alunos que não comportam mais atividades de ensinos tradicionais.
    Por fim, é válido ressaltar a importância de refletir sobre os métodos utilizados nas práticas, visto que muitos professores infelizmente estão presos aos ensinamentos "exigidos" nos livros didáticos, e assim também pensar novas estratégias de práticas que sejam "atraentes" aos olhos dos alunos e que envolvam seus interesses, para assim atingir o objetivo central, que, creio eu, é fazer com que o aluno entenda o meio em que está inserido e sinta-se pertencente ao espaço que o pertence.


    Gabriella Viccari
    Graduanda do curso de Pedagogia, Universidade de São Paulo, Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto.
    Ribeirão Preto, São Paulo, BRASIL

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  12. Isabella Maria Cruz Fantacini18 de abril de 2017, 6:08

    Inicialmente, acho justo salientar o pensamento de considerar as concepções dos alunos a respeito da temática, trazido por Paz. Desse modo, considerando as concepções do alunado, pode-se conceituar que a prática pedagógica promove um mecanismo de junção entre à subjetividade e a prática social, assim, levando em consideração o cotidiano e os conhecimentos dos alunos. Acredito que essa junção, promove contribuições aos estudantes, auxiliando a aprendizagem e nas relações no interior do ambiente escolar.
    Através da leitura, pode-se observar que o autor inicia ressaltando a importância da Ciência Geografia, principalmente para entender as individualidades dos alunos nos ambientes escolares. Assim, utilizando a Cartografia Escolar como mecanismo para discernir e assinalar estas individualidades. O autor lida com a concepção de partir da noção das particularidades dos alunos. E também, unindo as concepções dos alunos ao ambiente em que ele está inserido, sendo necessário pensar o ambiente escolar como agregado à comunidade, portanto, compreendendo a realidade do ambiente.
    A partir dessa metodologia, o autor propõe interpretar como o alunado compreende os símbolos/signos presentes no ambiente escolar, assim, entendendo a construção da imagem da escola formada por eles, dessa forma, esbarra-se nos alunos agente ativo do seu espaço, pois ao se compreender iremos nos deparar com as particularidades de cada um.
    Consequentemente, as indagações e considerações trazidas por Paz acerca da importância de contemplar as práticas pedagógicas (utilizadas em sala de aula) e o ensino de Geografia para a constituição do aluno traz uma reflexão sobre a necessidade de se pensar nessas questões e de sempre assumir uma posição de compreender as particularidades de cada aluno.
    Em vista disso, é papel do professor ao longo da sua prática pedagógica refletir sobre sua prática, desse modo, é imprescindível que os docentes levem em consideração a realidade de seus alunos, não somente focalizando nos materiais fornecidos pelos sistemas de ensino, logo, utilizando-os deve adaptá-los para que seja palpável aos alunos, assim, à realidade vivenciada por eles.

    Isabella Maria Cruz Fantacini
    Graduanda do curso de Pedagogia, Universidade de São Paulo (USP), Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP-USP).
    Ribeirão Preto, São Paulo, BRASIL

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  13. As reflexões abordadas no pequeno texto por Paz, ira nos demonstrar a importância da observação dos(as) professores(as) de Geografia quanto aos alunos, desde a necessidade de uma observação minuciosa e atenciosa às particularidades e às individualidades de seu(s) aluno(s) até a compreensão de experiências (re)construídas dentro e fora da escola sobre a matéria.
    Ao solicitar aos alunos a cartografia da escola, cujo eles estudam ira os auxiliar nas práticas escolares. Lembrando que cada aluno tem sua individualidade cultural e social, logo cada um terá a sua interpretação geográfica sobre os conhecimentos e entendimentos que formaram aquele ambiente escolar. Não será possível desenvolver qualquer atividade educativa, sem antes conhecer todo o ambiente que envolve cada respectivo aluno. Ressaltando o importante trabalho dos professores que ensinam Geografia.
    Como citado no texto: “é preciso levar em conta as represent(ações) desses sistemas de ações/fluxos (re)construídos pelos sujeitos/alunos e não somente, como verificamos na grande maioria das produções cartográficas e suas legendas, a ênfase que é dada para as análises dos sistemas de objetos/fixos e suas interpretações.”(PAZ,2015). Assim, os alunos e os(as) professores(as) devem conhecer o território em que vivem, não apenas o espaço concreto, mas território social do qual a comunidade esta inserida.
    Refletindo então as práticas pedagógicas hoje nas escolas, onde Geografia não aparece no currículo escolar dos 1º anos e dos 2º anos, apenas a partir dos 3º anos e quando surgem aparecem por meio de livros didáticos e apenas baseados nas cidades/culturas daqueles livros, sem levar em consideração a cultura daquelas crianças e trabalhar sobre a sociedade que as envolve.
    Referencia bibliografica:
    PAZ, J.G.Z. Cartografar as subjetividades da sua escola: um tema de casa diário para o professor de geografia. In: GEOFORO: educación, geografia y sociedade. Rio Grande do Sul: 2015. Disponivel em: < http://geoforodocumentos.blogspot.com.br/2015/02/cartografar-as-subjetividades-da-sua.html > Acesso em: 22 de abril de 2017.

    LUANA MENASSI ALVES COSTA
    GRADUANDA DO 5 SEMESTRE DO CURSO DE PEDAGOGIA - UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - FACULDADE DE FILOSOFIA, CIÊNCIAS E LETRAS DE RIBEIRÃO PRETO - BRASIL.

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  14. O texto traz importantes reflexões a cerca do conceito de escola como espaço geográfico permeado por um complexo sistema de objetos e ações. Sendo assim, passa-se a refletir sobre a figura do professor como sujeito que pensa e age criticamente sobre este espaço, considerando não apenas o seu interior, mas também o contexto o qual está inserido, uma vez que, as relações entre estes estão interligadas e em constante movimento. Para tanto, usa-se a cartografia como uma das possibilidades de compreender estas relações e suas influências, como forma de contribuir para a formação de um espaço escolar, que o autor denomina como saudável.
    Propõem-se que para a construção de um ambiente escolar saudável é necessário que este possua práticas de ensino significativas, que levem em consideração e valorize as subjetividades de cada aluno. Desta forma, a cartografia se põe como uma ferramenta para contribuir neste processo, tendo em vista que, cartografar a própria escola poderá revelar interpretações e leituras sobre este ambiente e a compreensão das geografias que formam este espaço e o seu contexto, cabendo ao professor a mediação destas.
    Considerando a escola como um espaço social, e o alunado como sujeito em processo de construção de identidade, de reconhecimento individual e coletivo, se torna imprescindível que este espaço trabalhe para que possa desenvolver sentimentos de pertencimento aos sujeitos que o constitui. Portanto, as subjetividades dos sujeitos e o meio no qual estão inseridos exercem importante influência no processo de construção e reconstrução do espaço geográfico escola.

    Mirian F. Santos
    Graduanda do curso de Pedagogia, Universidade de São Paulo, Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto.
    Ribeirão Preto, São Paulo, BRASIL

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