domingo, 21 de junio de 2015

Habitus docente e representação social do “ensinar Geografia” na Educação Básica de Teresina - Piauí

O objetivo central desta pesquisa foi identificar a representação social do “ensinar Geografia” e analisar a sua relação com o habitus docente no intuito de compreender como esses elementos têm influenciado a prática dos(as) professores(as) de Geografia em salas de aula da Educação Básica na cidade de Teresina. Partimos do pressuposto que esse professorado não trabalha fundamentalmente, no cotidiano da sala de aula, com conhecimento científico produzido por essa disciplina, mas com uma miscelânea de informações científicas, pregações ideológicas, conhecimentos do senso comum, outras matrizes discursivas e referentes culturais que justificariam, por conseguinte, a apreensão do sentido atribuído ao objeto de suas práticas, através do conceito de representação social, tal como desenvolvido pelo psicólogo social Serge Moscovici e seus vários seguidores.

https://drive.google.com/file/d/0B_IuEakR7Q8KcjNYOVl4UTBxamM/view?usp=sharing

2 comentarios:

  1. Victória Sabbado Menezes6 de septiembre de 2015, 20:25

    Olá! Primeiramente gostaria de parabenizar a autora e seu orientador pela tese apresentada, pois aborda uma temática pouco difundida no âmbito da Geografia e, especificamente, do ensino de Geografia. As preocupações com o predomínio de uma Geografia Tradicional no ensino básico não são recentes nem pouco discutidas, mas a perspectiva de análise pautada na articulação entre as representações sociais e o habitus dos professores de Geografia é inovadora. Por isso, o trabalho fornece importantes contribuições à pesquisa em ensino de Geografia.
    A partir da leitura podemos refletir sobre algumas questões. De acordo com Castrogiovanni (2014, p. 91), “é inegável que ainda existam, em muitos casos, práticas extremamente tradicionais na sala de aula, não condizentes com a transformação ocorrida na ciência ao longo das últimas décadas”. Está claro que há um estranhamento entre geografia acadêmica e geografia escolar, visto que os avanços das discussões teóricas empreendidas na ciência geográfica ao longo de sua história tiveram pouca repercussão no ensino da disciplina escolar. Assim, emerge o questionamento: por que isso acontece? Cabe salientar que a formação inicial não é a única responsável pela constituição do sujeito enquanto professor. Há um conjunto de saberes e conhecimentos que constituem o professor e que provém de diversas fontes. Nesse sentido, é extremamente válido e interessante que a partir das representações sociais dos educadores, a qual é influenciada pelo seu habitus, se busque entender a prática docente.
    Um dos pontos que deve ser destacado ao contribuir para a reprodução de práticas tradicionais no ensino de Geografia na escola básica refere-se à própria trajetória deste professor enquanto assumia o papel de aluno. Não se faz referência somente à trajetória escolar, em geral conservadora, mas também sua trajetória acadêmica. Há nas licenciaturas, muitas vezes, professores universitários, ou seja, formadores de professores que desenvolvem práticas pedagógicas tradicionais. Esta é uma questão que deve ser considerada quando se pensa na formação de um professor de Geografia crítico e reflexivo.
    Uma aproximação entre universidade e escola torna-se urgente para que seja estabelecido um diálogo entre professores em serviço, formadores de professores e licenciandos. Não se pode desprezar que são também desenvolvidas no espaço escolar propostas educativas em Geografia inovadoras e significativas aos alunos. Entretanto, tratam-se de práticas silenciosas, uma vez que não há publicação nem divulgação por parte destes docentes. Assim, a troca de experiências e conhecimentos entre estes sujeitos (formadores, professores e futuros professores) é essencial para a construção de uma Geografia escolar de fato problematizadora, reflexiva e crítica.
    Portanto, pensar em renovação e mudanças da prática docente em Geografia não se restringe à uma questão meramente metodológica. Segundo Kaercher (2014, p. 117), “o problema é que tal mudança metodológica (fazer diferente) implicaria mudança epistemológica, tanto da visão de Geografia (trocar informações soltas e estanques por alguma visão mais articulada à vida dos alunos), quanto de outra visão de Educação/Pedagogia (para que ensinar o que eu ensino?)”. Logo, torna-se imprescindível uma reflexão acerca do que fundamenta as práticas do professor, de sua visão de mundo, suas representações sociais. É necessário irmos às raízes.

    Referências

    CASTROGIOVANNI, Antonio Carlos. Subir aos sótãos para descobrir a Geografia. In: MARTINS, Rosa Elisabete Militz Wypyczynski; TONINI, Ivaine Marina; GOULART, Ligia Beatriz. Ensino de geografia no contemporâneo: experiências e desafios. Santa Cruz, do Sul: EDUNISC, 2014.

    KAERCHER, Nestor André. Se a geografia escolar é um pastel de vento o gato come a geografia crítica. Porto Alegre: Evangraf, 2014.

    Atenciosamente,
    Victória Sabbado Menezes
    Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Geografia da UFRGS


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    1. Caros colegas:
      Leim com moito interese este trabalho e gostéi del. Penso que ha uma importante reflexão sobre o papel do contexto social nas expetativas do professorado de Geografia: o seu espaço vital e os motivos pelos que estuda esta materia. A procedencia rural é um estimulo moito grande para melhorar o estatus social, mas o estduo de geografia està pouco valorado
      Por iso considero fundamental mostrar que o ensino da Geografia é necesario pela sociedade, para comprender o mundo no que vivemos e os seus desafíos; p.e. o comvivio intercultural e o respeito do ambiente ecolóxico.
      Isto só pode fazerse cum trabalho en equipa e onde os professores podam colaborar nun estudo teórico e pràtico
      Um saudo
      Xosé M

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